Em Santa Maria, empresários se preparam para um ano desafiador, após 2014, que já foi de menos vagas: apenas 385 novos empregos _ 86% menos do que em 2013. Foi o pior resultado desde que o início do controle, em 2002. Santa Maria não está nem entre as 20 cidades gaúchas que mais abriram vagas, ficando atrás de cidades menores, conforme publicado na quinta-feira.
A indústria, que sente mais rapidamente as mudanças da economia, seja para melhor, seja para pior, cortou 155 empregos em dezembro e começou janeiro fazendo mais demissões. No Distrito Industrial, as demissões se concentram no setor metalmecânico. O grupo Agrimec demitiu 45 trabalhadores desde dezembro, corte de 10%, e não vê melhoras no curto prazo.
_ Em 2013, as vendas cresceram muito e o produtor rural antecipou a compra de máquinas. Nos últimos dois meses de 2014, tivemos uma queda de 50% nas vendas. Por isso, reduzimos o quadro. Agora, é contenção de despesas. Mas essa crise vai passar. Em 40 anos, já passamos por várias delas _ diz o presidente do grupo, Odilo Marion.
Na construção civil, que fechou 460 postos de trabalho em 2014, empresários olham à frente com cautela.
_ Antes, algumas construtoras tocavam duas obras ao mesmo tempo. Como as licenças ficaram mais complicadas, muitas construtoras diminuíram o ritmo _ diz Evandro Zamberlan, presidente do Fórum de Entidades Empresariais.
_ Até pode haver crescimento de vagas no setor se saírem obras como o novo shopping, o hospital da Unifra, prédios na UFSM e a duplicação das estradas _ projeta Rogélio Zanini, presidente do Sinduscon.
No comércio, as vendas caíram 2,3% em 2016, segundo o termômetro de vendas da CDL. Além disso, os lojistas temem o impacto do reajuste de 16% no salário mínimo regional, que ainda está sob análise da Justiça e, se aprovado, pode provocar demissões e menos contratações.

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