Cenário que preocupa

Geração de empregos em 2015 deve permanecer estagnada em Santa Maria

Deni Zolin

"Se 2014 começou com grandes expectativas, mas acabou sendo um ano difícil, com a geração de empregos praticamente estagnada em Santa Maria, 2015 se iniciou com um cenário de preocupação. Escândalos de corrupção, queda nas vendas, aumento de impostos, de juros, do preço da gasolina e do diesel e, em breve, da energia elétrica, deixam investidores e consumidores receosos. Diante da incerteza, empresas estão cortando gastos e freando expansões, o que gera um efeito em cadeia.

Em Santa Maria, empresários se preparam para um ano desafiador, após 2014, que já foi de menos vagas: apenas 385 novos empregos _ 86% menos do que em 2013. Foi o pior resultado desde que o início do controle, em 2002. Santa Maria não está nem entre as 20 cidades gaúchas que mais abriram vagas, ficando atrás de cidades menores, conforme publicado na quinta-feira.

A indústria, que sente mais rapidamente as mudanças da economia, seja para melhor, seja para pior, cortou 155 empregos em dezembro e começou janeiro fazendo mais demissões. No Distrito Industrial, as demissões se concentram no setor metalmecânico. O grupo Agrimec demitiu 45 trabalhadores desde dezembro, corte de 10%, e não vê melhoras no curto prazo.

_ Em 2013, as vendas cresceram muito e o produtor rural antecipou a compra de máquinas. Nos últimos dois meses de 2014, tivemos uma queda de 50% nas vendas. Por isso, reduzimos o quadro. Agora, é contenção de despesas. Mas essa crise vai passar. Em 40 anos, já passamos por várias delas _ diz o presidente do grupo, Odilo Marion.

Na construção civil, que fechou 460 postos de trabalho em 2014, empresários olham à frente com cautela.

_ Antes, algumas construtoras tocavam duas obras ao mesmo tempo. Como as licenças ficaram mais complicadas, muitas construtoras diminuíram o ritmo _ diz Evandro Zamberlan, presidente do Fórum de Entidades Empresariais.

_ Até pode haver crescimento de vagas no setor se saírem obras como o novo shopping, o hospital da Unifra, prédios na UFSM e a duplicação das estradas _ projeta Rogélio Zanini, presidente do Sinduscon.

No comércio, as vendas caíram 2,3% em 2016, segundo o termômetro de vendas da CDL. Além disso, os lojistas temem o impacto do reajuste de 16% no salário mínimo regional, que ainda está sob análise da Justiça e, se aprovado, pode provocar demissões e menos contratações.



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